A pequena morte, editada desde 2006 a partir do Rio de Janeiro, sob a coordenação de Hugo Langone e Raquel Menezes (Universidade federal do Rio de Janeiro) dedica-se à divulgação de ensaios, traduções, poesia, entrevistas e artes plásticas. Em 2008, para assinalar dois anos de existência, publicou uma antologia de poesia e ensaios impressa, em cujo elenco se encontram Eucanaã Ferraz, Gastão Cruz, Leonardo Gandolfi, Luis Maffei, Pedro Eiras, Manuel de Freitas, Rui Pires Cabral, Ana Luísa Amaral, entre outros. Segue abaixo o editorial de seu número 18.
Editorial
Mais do que nunca, a literatura vem perdendo seu caráter ontológico e se afirmando como um termo extremamente funcional. Se, mesmo em tempos diferentes, os trabalhos literários outrora partilhavam princípios comuns, agora vemos uma confluência de certezas e experimentações, num movimento que torna cada vez mais difícil o trabalho dos críticos.
De forma especial, a edição #18 da revista pequena morte. vem ilustrar este cenário. Em primeiro lugar, traz o complexo mar em que desembocam os rios de tantas épocas, sob, claro, o olhar de nossa contemporaneidade: Claudio Duffrayer resgata as metamorfoses de Clarice e Raduan Nassar para levá-los até Pedro Abelardo; Mariana Bandeira visita Arthur Schnitzler, Viena e as crises do homem moderno; enquanto Ricardo Pinto de Souza, nosso colunista, caminha entre conceitos e a Madonna de Stalingrado, para chegar, enfim, à velha aura benjaminiana.
No entanto, a confusão (exagerada ou não, tanto em sua origem, quanto na forma de encará-la) não nos tira a vontade do novo e a vontade da escrita, e novas lenhas são sempre jogadas à fogueira do problema. Prova disso são as resenhas de Pedro Lopes de Almeida e de Luis Maffei, feitas a Pedro Eiras & Nuno Barros e a Rui Pires Cabral, respectivamente. Tudo isso acompanhado dos traços de Mirella Farias e pelas declarações de Neil Bresner, entrevistado canadense que, com sua atuação junto a universidades de todo o mundo, fomenta o pensamento crítico nesta realidade de interrogações.
Se é cada vez mais complexa nossa posição em meio a tantas literaturas e linguagens, que ela ao menos nos ofereça um inevitável transbordamento da dimensão humana carregada pela arte. Boa leitura a todos!
Editorial
Mais do que nunca, a literatura vem perdendo seu caráter ontológico e se afirmando como um termo extremamente funcional. Se, mesmo em tempos diferentes, os trabalhos literários outrora partilhavam princípios comuns, agora vemos uma confluência de certezas e experimentações, num movimento que torna cada vez mais difícil o trabalho dos críticos.
De forma especial, a edição #18 da revista pequena morte. vem ilustrar este cenário. Em primeiro lugar, traz o complexo mar em que desembocam os rios de tantas épocas, sob, claro, o olhar de nossa contemporaneidade: Claudio Duffrayer resgata as metamorfoses de Clarice e Raduan Nassar para levá-los até Pedro Abelardo; Mariana Bandeira visita Arthur Schnitzler, Viena e as crises do homem moderno; enquanto Ricardo Pinto de Souza, nosso colunista, caminha entre conceitos e a Madonna de Stalingrado, para chegar, enfim, à velha aura benjaminiana.
No entanto, a confusão (exagerada ou não, tanto em sua origem, quanto na forma de encará-la) não nos tira a vontade do novo e a vontade da escrita, e novas lenhas são sempre jogadas à fogueira do problema. Prova disso são as resenhas de Pedro Lopes de Almeida e de Luis Maffei, feitas a Pedro Eiras & Nuno Barros e a Rui Pires Cabral, respectivamente. Tudo isso acompanhado dos traços de Mirella Farias e pelas declarações de Neil Bresner, entrevistado canadense que, com sua atuação junto a universidades de todo o mundo, fomenta o pensamento crítico nesta realidade de interrogações.
Se é cada vez mais complexa nossa posição em meio a tantas literaturas e linguagens, que ela ao menos nos ofereça um inevitável transbordamento da dimensão humana carregada pela arte. Boa leitura a todos!
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Nosso agredecimento a Pedro Lopes Almeida, estudante da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal), pela colaboração.
Como editora da pequena morte. agradeço muitíssimo a divulgação.
ResponderExcluirRaquel Menezes