sábado, 28 de agosto de 2010

"Plantando cirandas" - 1º CD de Músicas Infantis do MST

Plantando Cirandas (2002, capa acima), foi um jeito bonito que encontramos de lançar sementes numa terra nova e fértil, porque entendemos a canção como algo que brota de um suspiro profundo de paixão e harmonia, da alma, do coração, das tristezas e alegrias. E é por isso que nos conduz a lugares que parecem tão distantes. A música é sem duvida, o jeito mais fácil e agradável de socializar educação, sonho e sabedoria, de semear o amanhã soletrando liberdade, paixão e cidadania. Se é isso, isso é arte, se não é isso, pode ser entretenimento, alienação ou um barulho qualquer apenas em nome do sucesso e do lucro. Esse disco é fruto de um grande mutirão. Vários artistas militantes e simpatizantes da Reforma Agrária participaram dessa linda empreitada. É o primeiro CD do Movimento Sem Terra com canções infantis. É mais um sonho que vai se realizando e em boa hora, visto que será um material importante para as escolas dos acampamentos e assentamentos de todo país. Assim, unindo arte e pedagogia formaremos com todos os Sem Terrinha e outras crianças e adolescentes do Brasil, uma grande ciranda educativa, poética e libertária.

Texto: Zé Pinto (Fonte: clique aqui)

Músicas que compõem o CD
:


1) A GALINHA, OS PINTINHOS E A RAPOSA HISTÓRIA INFANTIL - 00:23
Vozes: Fabiana Júlio César, Wellison e Daniele

2) XÔ PREGUIÇA - 02:11
Autor: Zé Pinto; Voz:Pedro Quental; Teclados: Cristina Bhering; Guitarra: Carlos Eugênio Paz; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

3) DIGO SIM, DIGO NÃO - 02:14
Autor: Marquinhos Monteiro; Vozes: Marquinhos Monteiro e Eliana Silva ; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

4) CADÊ 0 RATO? - 04:01
Autor: Zé Pinto; Voz:
Bia Bedran; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz - Música disponível acima no vídeo.

5) VAI MENINADA - 04:34
Autor: Zé Pinto; Voz: Giovanna Farias; Teclados: Cristina Bhering; Guitarra: Carlos Eugênio Paz; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

6) SOLETRANDO LIBERDADE - 03:57
Autor: Zé Pinto; Vozes: Ana Barcelos; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Behring e Carlos Eugênio Paz

7) DIREITO DE VIVER - 03:10
Autor: Djacira; Voz: Eliana Silva; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

8) CIRANDA INFANTIL - 02:35
Autor: Zé Pinto; Vozes: Dandara e Zé Pinto; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

9) LEMBRETES DE HUDSON - 02:02
Autor: Josino Medina; Vozes: Dandara, Zé Pinto e Cristina Bhering; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

10) QUEM ROUBOU 0 QUEIJO - 01:41
Autor: Zé Pinto e Zeca Tocantins; Vozes: Cristiane Dias, Fabiano, Júlio César Wellison e Daniele; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

11) RODA CIRANDA - 01:44
Autor: Lulu Batera; Vozes: Fabiano, Júlio Cesar, Wellison e Daniele; Teclados: Cristina Bherinq; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

12) MEU PEZINHO DE LIMÃO - 04: 11
Autor: Zé Pinto; Vozes. Cristiane Dias e Zé Pinto; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

13) A NATUREZA QUE EU APRENDI AMAR - 03:01
Autor: Zé Pinto; Vozes: Fabiano, Júlio César Wellison e Daniele; Teclados: Cristina Bhering; Triângulo: Carlos Eugênio Paz; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

14) 0 IMPORTANTE É TENTAR 01:59
Autor: Zé Pinto; Vozes: Marquinhos Monteiro, Zé Pinto e Eliana Silva; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

15) 0 TRABALHO GERA VIDA - 03:01
Autor: Zé Pinto; Vozes: Márcia Ramos e Zé Pinto; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

16) BROTOU UM PÉ DE EDUCAÇÃO - 02:15
Autor: Zé Pinto; Voz: Tatiana Dauster; Teclados: Cristina Bhering; Guitarra Base: Carlos Eugênio Paz; Guitarra Solo: Francisco Mellone; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

17) PRESERVE A NATUREZA - 03:00
Autor: Zé Cláudio; Voz: Pedro Quental; Teclados: Cristina Bhering; Guitarra: Francisco Mellone; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

18) NÃO JOGUE LIXO NO CHÃO - 03: 59
Autor: Vital Farias; Voz: Camilla Farias; Guitarra: Carlos Eugênio Paz; Teclados: Cristina Bhering; Arranjo: Cristina Bhering e Carlos Eugênio Paz

19) LINDA MENINA - 02:14
Autor: Zé Vicente; Voz: Zé Vicente e Eliane Brasileiro; Teclados e Violão: Juba (Júnior); Participação Voz: menina Dayana; Mixagem Marcus Aurélio

20) SER CRIANÇA - 02:49
Autor: Rubinho do Vale; Faixa 17 do CD "Ser Criança de Rubinho do Vale"; Voz: Rubinho do Vale; Bandolin: Hudson Brasil; Baixo: Alycinho Lima; Percussão: Zeca Magrão; Bateria: José Luiz Oliveira; Flauta: Jairo Lera; Teclado: Ronaldo Pelicano; Violão: Rubinho do Vale

21) AS ESTRELAS DO CÉU -03:39
Autor: Rubinho do Vale; Faixa 16 do CD "Ser Criança de Rubinho do Vale"; Voz: Rubinho do Vale; Coral dos Pequenos Cantores de Pará de Minas; Regência: Juliana Grassi; Teclado: Ronaldo Pelicano

22) ARRAIÁ DOS DANADINHOS - 04:02
Autor: Chagas Vale; Faixa 2 do CD "Chagas Vale - Coração de Mamulengo"; Voz: Chagas Vale; Coro: Michele, Vânia, Clara Joana e Socorro; Violão, Teclado, Guitarra, Baixo e Arranjos: Di Motta

Tempo total de reprodução: 62:42; Faixa de 1 a 18 - Gravação, Mixagem e Masterização - Copains Stúdio - RJ - realizadas por Carlos Eugênio Paz e Francisco Mellone; Faixa 19 - Gravação no MD Stúdio - Fortaleza/CE - Mixagem realizado por Marcus Aurélio; Faixa 20 e 21 - Gravados na Benol-BH; Faixa 22 - Gravada no Studio Scandinavium - Teresina/PI - Técnico de Gravação -Per-Ame Johanson (Pepe) - Mixagem realizada por Pepe, Di Moto e Chagas Vale.

PARA OUVIR AS MÚSICAS, CLIQUE AQUI.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Resenha: "Conversa de passarinhos", de Alice Ruiz e Maria V. Rezende

Conversa de passarinhos (Iluminuras, 2008), de Alice Ruiz S. e Maria Valéria Rezende. Um convite para jovens leitores

Alice Áurea Penteado Martha


Conversa de passarinhos, haicais de Alice Ruiz e Maria Valéria Rezende, é mesmo um canto de aves sussurrado aos leitores. A temática surge de uma espécie de inventário de pássaros, um jogo lúdico com palavras que nomeiam aves brasileiras. Embora os haicais, estruturalmente, assemelhem-se a composições simples, de leitura fácil, a síntese exigida nos atos de compor e de ler esses três versos pressupõe vários níveis de leitura. A forma poemática é rígida e o tema deve ser também único: os haicais compõem-se de dezessete sílabas, em grupos de cinco, sete e cinco, cantam elementos da natureza e a influência deles no espírito do poeta.
Os haicais de Ruiz e Rezende confirmam, com rigor, os elementos formais, sem perder a delicadeza e a força poéticas. São versos, sem títulos, cujo trabalho de composição concilia a tradição dos versos japoneses à inovação, a forma exigida com a possibilidade de uma criação livre, propiciando a reflexão a respeito da relação de sentimentos entre homens e natureza:


silêncio na mata
um grito corta a tarde
quero quero

(ARS, 2008, p.47).


tudo é silêncio
acordei tarde demais
para ouvir sabiás

(MV, 2008, p. 47)


Os versos, despojados de adereços, entendidos como “expressão poética”, são brancos, não revelam preocupação com esquemas de rimas, apenas com a valorização da sonoridade; a preocupação do poeta, qual cronista versejador, é tão somente com a difícil captação da fugacidade do instante; ausência de adjetivação em favor de forte predomínio do substantivo que nomeia seres alados: curiós, periquitos, quero-queros, bem-te-vis, pardais, sabiás, entre tantos outros:


pensa e pende
pousa e passa
periquito

(ARS, 2008, p.67)



passa e fica
na poça, sem pressa
a lavandisca

(MV, 2008, p. 67)



basta um galhinho
e vira trapezista
o passarinho

(ARS, 2008, p. 19)



centro da foto
mas fora de foco
voo do sabiá

(ARS, 2008, p. 37)


Sentimentos e sensações do eu poético, nos haicais de Ruiz e Rezende, são apenas sugeridos; os versos, em razão disso, podem parecer sem sentido, inacabados, solicitando mais intensamente o diálogo com os leitores:


rede de pescador
sem interromper o voo
o pássaro almoça
(ARS, 2008, p. 29)


O projeto gráfico-editorial de Conversa de passarinhos, de Ruiz e Rezende, também se mostra muito bem realizado. O azul escuro da capa é atenuado por pequenas figuras de pássaros, em tons alaranjados, pousados delicadamente no subtítulo, “Haikais para crianças de todas as idades”, como a sublinhar a amplitude dos leitores desejados. Na contracapa a emoção do sabiá, no haikai de Ruiz, dialoga com a do curió, nos versos de Rezende, ambos voltados para o sol. A delicadeza do conjunto da obra impressiona os sentidos do leitor: versos e ilustrações têm a mesma tessitura. A leitura visual dos poemas, de Fê, - uma ilustração, desde a folha de rosto, para cada conjunto de haicais -, reflete em seus traços a sensibilidade, a singeleza dos versos: pássaros, muitos e de todas as formas, ninhos, espantalhos com aves em seu esqueleto têm sua essência apreendida por linhas suaves e delicadas. Um modo “haicai” de ilustrar. Versos e imagens olham “para fora de nós mesmos, a observar a natureza, as mudanças da estação [...]” (RUIZ, 2008: 10).

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vídeo-Poesia: "Poeminho do contra" - Mário Quintana

Animação em Homenagem a Mario Quintana produzida pelo Grupo de Estudos em Animação da FURG. Participação no 3º Granimado - Mostra Gaúcha e Infantil, no concurso Mini-metragem do Histórias Curtas 2008 da RBS TV e premiado na categoria 2D do Animaserra 2008. Direção de Wagner Passos. Animação em Homenagem a Mario Quintana produzida pelo Grupo de Estudos em Animação da FURG. Participação no 3º Granimado - Mostra Gaúcha e Infantil, no concurso Mini-metragem do Histórias Curtas 2008 da RBS TV e premiado na categoria 2D do Animaserra 2008. Direção de Wagner Passos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vídeo-Poesia: "Mistérios do Passado" de José Paulo Paes

Já que estamos tratando de literatura infantil indígena, vejamos aqui um irreverente poema de José Paulo Paes que nos remete ao tema da colonização. O vídeo, realizado pela Set Produções é um trabalho de Conclusão de Curso - Universidade São Judas Tadeu - 2007.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Literatura Infantil Indígena: Olívio Jekupé



O vídeo acima foi produzido pelo escritor Olívio Jekupé (nascido no Paraná) e tenta mostrar a importância dos autores indígenas, algo que há alguns anos não se via no mercado editorial, onde não se encontrava uma literatura que contivesse a voz indígena. Fica aqui o convite para que conheçam o seu blog:

http://www.oliviojekupe.blogspot.com/

Xuxa apresenta Daniel Munduruku



Programa de 21 de novembro de 2007.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Entrelinhas: Literatura Indígena



Entrelinhas destaca a literatura feita pelos primeiros habitantes do Brasil e a literatura que se inspira em suas tradições. Fomos conferir o Primeiro Sarau das Poéticas Indígenas, que aconteceu na Casa das Rosas, em São Paulo. O evento mostrou a diversidade dessa produção e discutiu a questão: a poética indígena (com seus mitos, narrativas e cânticos) é literatura? (Programa exibido em 10/05/2009)

Literatura Infantil - Entrevista: Daniel Munduruku [3]



Parte final do Programa "Sintonia" na TV Câmara. Daniel Munduruku é Escritor indígena do Povo Munduruku, Diretor Presidente do INBRAPI - Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual e Diretor do NEARIN - Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas do INBRAPI, 37 livros publicados, graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia. Doutorando em Educação na USP. Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República e Pesquisador do CNPq.

http://www.danielmunduruku.blogspot.com/
Membro da Academia de Letras de Lorena.

Literatura Infantil - Entrevista: Daniel Munduruku [2]



2º Parte do Programa "Sintonia" na TV Câmara.

Daniel Munduruku é escritor indígena do Povo Munduruku, Diretor Presidente do INBRAPI - Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual e Diretor do NEARIN - Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas do INBRAPI, 37 livros publicados, graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia. Doutorando em Educação na USP. Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República e Pesquisador do CNPq.

http://www.danielmunduruku.blogspot.com/
Membro da Academia de Letras de Lorena.

Literatura Infantil - Entrevista: Daniel Munduruku [1]

Daniel Munduruku é escritor indígena do Povo Munduruku, Diretor presidente do INBRAPI - Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual e Diretor do NEARIN - Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas do INBRAPI, 37 livros publicados, graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia. Doutorando em Educação na USP. Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República e Pesquisador do CNPq. Membro da Academia de Letras de Lorena. Para saber mais, acesse o seu blog: