A informatização da sociedade é, hoje, mais do que uma realidade: é um processo irreversível. Como tudo na vida, tem “prós” e “contras”, embora os “prós” sejam, sem dúvida, muito mais numerosos. Entre eles, a economia de capital e meios, a agilidade e a democratização no acesso e na troca de informações são grandes e incontestáveis virtudes. Não explorá-las é tolice.
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É claro que a crescente informatização dos serviços – sejam públicos ou privados – pode se constituir em mais um mecanismo de exclusão social. Mas este problema não é um mal essencial à informatização e muito menos à internet, e sim decorrente das desigualdades sociais. Em países e comunidades nos quais a educação e as condições dignas de existência sejam direitos garantidos a todos, tal questão não tem razão de ser. Infelizmente, não é o nosso caso.
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No quadro da informatização, a internet é a grande vedete. O acesso rápido e fácil à informação em escala mundial é sua maior virtude. Aliado a ela, mas em segundo plano, estão a economia de meios e capital assim como o binômio descentralização-democratização. Publicar ficou muito mais fácil e barato. Os altos preços das editoras ou gráficas e a reduzida circulação/distribuição das obras são limitações amplamente superadas pelas condições dadas pelo mundo virtual. Não é à toa que hoje multiplicam-se revistas eletrônicas e não as impressas, embora as últimas sejam mais valorizada no mercado.
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Por ser historicamente recente, a internet tem seu uso muito pouco regulamentado por lei. Está livre para aventureiros, empreendedores, cidadãos comuns e até doidos sonhadores... Vivemos, por isso, na sua era romântica.
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A internet vai imbecilizar os jovens e comprometer as futuras gerações. Não desenvolve o domínio sobre a língua e muito menos o senso crítico! Pior: destrói a linguagem e banaliza a arte! Besteira. Já disseram o mesmo ou coisa parecida sobre o cinema, a fotografia e a tv quando surgiram. A internet, assim como as três atrás, é canal e não mensagem... Tudo depende de como for usada, ou seja, ela é meio e não fim.
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Não parece haver limites para temas e linguagens na internet! Nela encontramos desde a pobreza monossilábica de certas gírias até a alta linguagem das artes; desde a propaganda estatal até a propaganda de grupos extremistas e clandestinos. Tantas aldeias, festas e ritos quantas tribos existirem... Inferno e paraíso... Espelho do mundo.
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Em muitos sites, o autor pode colocar seus textos diretamente, sem passar por nenhuma seleção. É só digitar e enviar. Em questão de segundos, o texto está on-line. Com isso, temos a democratização dos canais de publicação, mas, em contrapartida, também ocorre a redução do valor simbólico dos textos. Daí o “preconceito” acadêmico ainda existente com respeito à publicação, seja literária ou científica, na internet.
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Atualmente, podemos ver, em Maringá, um movimento de disseminação das lan-houses pelos bairros, sendo que o preço para o uso da internet é bastante acessível. Tais fatos demonstram que o processo de descentralização e democratização do seu uso está em franco andamento. Nós, artistas e educadores, não podemos fechar os olhos para esta realidade. Pelo contrário, devemos pensar em meios para transformar a internet em um poderoso instrumento na formação da cidadania.
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Para nós, escritores e/ou professores de literatura, a internet é um poderoso instrumento. Através dela, podemos, além de divulgar nossos textos, desenvolver oficinas de criação literária através dos fóruns. Tais mecanismos têm o mérito de não apresentar os entraves de tempo e espaço decorrentes dos meios tradicionais utilizados, em que é necessário estabelecer horários de encontros, gastar com aluguel de espaços físicos e materiais didáticos. Tais vantagens nos permitem atingirmos um público muito mais amplo, incluindo aí pessoas que não possuem tempo disponível para frequentar salas de aula. E tal prática na internet não é nova, os fóruns de criação literária e de RPG estão aí para demonstrar a viabilidade da ideia. Cabe a nós partirmos destas condições e pensarmos em estratégias didáticas para o seu uso com fins educativos.
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O caráter interativo da internet – que possibilita ao aprendiz da literatura tornar seu trabalho público para um grande número de pessoas e também trocar idéias e experiências com elas – recupera qualidades positivas de um bom processo de aprendizagem que há muito foram banidas das classes brasileiras, principalmente do ensino público, em que as condições de trabalho dos professores e os recursos didáticos disponíveis são lamentáveis.
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Para os amantes da literatura e, em especial, da poesia, a internet é um imenso oceano. O problema é não se perder, ou se afogar, com tanto mar...
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É claro que a crescente informatização dos serviços – sejam públicos ou privados – pode se constituir em mais um mecanismo de exclusão social. Mas este problema não é um mal essencial à informatização e muito menos à internet, e sim decorrente das desigualdades sociais. Em países e comunidades nos quais a educação e as condições dignas de existência sejam direitos garantidos a todos, tal questão não tem razão de ser. Infelizmente, não é o nosso caso.
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No quadro da informatização, a internet é a grande vedete. O acesso rápido e fácil à informação em escala mundial é sua maior virtude. Aliado a ela, mas em segundo plano, estão a economia de meios e capital assim como o binômio descentralização-democratização. Publicar ficou muito mais fácil e barato. Os altos preços das editoras ou gráficas e a reduzida circulação/distribuição das obras são limitações amplamente superadas pelas condições dadas pelo mundo virtual. Não é à toa que hoje multiplicam-se revistas eletrônicas e não as impressas, embora as últimas sejam mais valorizada no mercado.
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Por ser historicamente recente, a internet tem seu uso muito pouco regulamentado por lei. Está livre para aventureiros, empreendedores, cidadãos comuns e até doidos sonhadores... Vivemos, por isso, na sua era romântica.
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A internet vai imbecilizar os jovens e comprometer as futuras gerações. Não desenvolve o domínio sobre a língua e muito menos o senso crítico! Pior: destrói a linguagem e banaliza a arte! Besteira. Já disseram o mesmo ou coisa parecida sobre o cinema, a fotografia e a tv quando surgiram. A internet, assim como as três atrás, é canal e não mensagem... Tudo depende de como for usada, ou seja, ela é meio e não fim.
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Não parece haver limites para temas e linguagens na internet! Nela encontramos desde a pobreza monossilábica de certas gírias até a alta linguagem das artes; desde a propaganda estatal até a propaganda de grupos extremistas e clandestinos. Tantas aldeias, festas e ritos quantas tribos existirem... Inferno e paraíso... Espelho do mundo.
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Em muitos sites, o autor pode colocar seus textos diretamente, sem passar por nenhuma seleção. É só digitar e enviar. Em questão de segundos, o texto está on-line. Com isso, temos a democratização dos canais de publicação, mas, em contrapartida, também ocorre a redução do valor simbólico dos textos. Daí o “preconceito” acadêmico ainda existente com respeito à publicação, seja literária ou científica, na internet.
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Atualmente, podemos ver, em Maringá, um movimento de disseminação das lan-houses pelos bairros, sendo que o preço para o uso da internet é bastante acessível. Tais fatos demonstram que o processo de descentralização e democratização do seu uso está em franco andamento. Nós, artistas e educadores, não podemos fechar os olhos para esta realidade. Pelo contrário, devemos pensar em meios para transformar a internet em um poderoso instrumento na formação da cidadania.
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Para nós, escritores e/ou professores de literatura, a internet é um poderoso instrumento. Através dela, podemos, além de divulgar nossos textos, desenvolver oficinas de criação literária através dos fóruns. Tais mecanismos têm o mérito de não apresentar os entraves de tempo e espaço decorrentes dos meios tradicionais utilizados, em que é necessário estabelecer horários de encontros, gastar com aluguel de espaços físicos e materiais didáticos. Tais vantagens nos permitem atingirmos um público muito mais amplo, incluindo aí pessoas que não possuem tempo disponível para frequentar salas de aula. E tal prática na internet não é nova, os fóruns de criação literária e de RPG estão aí para demonstrar a viabilidade da ideia. Cabe a nós partirmos destas condições e pensarmos em estratégias didáticas para o seu uso com fins educativos.
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O caráter interativo da internet – que possibilita ao aprendiz da literatura tornar seu trabalho público para um grande número de pessoas e também trocar idéias e experiências com elas – recupera qualidades positivas de um bom processo de aprendizagem que há muito foram banidas das classes brasileiras, principalmente do ensino público, em que as condições de trabalho dos professores e os recursos didáticos disponíveis são lamentáveis.
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Para os amantes da literatura e, em especial, da poesia, a internet é um imenso oceano. O problema é não se perder, ou se afogar, com tanto mar...
Marciano Lopes e Silva
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