O ciberespaço com sua organização em rede, que permite os enlaces intra e extratextuais que caracterizam o hipertexto, potencializa o desejo de um ensino interativo e dialógico capaz de romper com a passividade do aluno, tornando-o um construtor do conhecimento juntamente com o professor, que deixa de ser um simples transmissor. É nessa perspectiva que se encontra a proposta de Maria João Gomes (2005) quanto à utilização de blogs no ensino. Segundo ela, eles podem ser usados como recurso ou estratégia pedagógica. Enquanto recurso são possíveis os seguintes usos pedagógicos dos blogs:
a) um espaço de acesso à informação especializada, seja pelo professor ou pelo aluno;
b) um espaço para o professor disponibilizar informações, ou seja, funciona como um livro on-line onde ele vai postando os textos a serem estudados na classe ou fora dela.
Enquanto estratégia pedagógica, podem ser utilizados como:
c) um potfólio digital, ou seja, espécie de diário de classe do aluno (ou de um grupo de alunos) onde se registra o “acompanhamento e a reflexão sobre as actividades e temáticas abordadas ao longo das aulas” (GOMES, 2005, p. 314);
d) um espaço de intercâmbio e colaboração em que alunos e professores de diferentes escolas, muitas vezes em regiões isoladas, possam interagir em torno de um projeto ou problema comum;
e) um espaço de debate e simulação de debate (excelente para aulas de produção de textos ou debate de ideias);
f) um espaço de integração, possibilitando ao aluno afastado da escola ou da sala de aula acompanhar os conteúdos estudados e interagir com o professor e a classe.
A diferença entre usá-los como recurso ou estratégia está relacionada com a relação que se estabelece entre o professor e os alunos no processo de ensino e aprendizagem. No primeiro caso, o seu uso privilegia o pólo do professor no papel ativo de produzir e postar os conteúdos, cabendo aos alunos lê-los e, no máximo, comentá-los; no segundo, privilegia o pólo dos alunos, a quem cabe a tarefa de produzir os textos e postá-los para comentários e orientações do professor. Nesse caso, o professor incentiva os alunos para que sejam os responsáveis por todo o processo de construção do conhecimento, que abrange a pesquisa, a seleção, a reorganização e a síntese das informações a serem postadas. Entreos dois pólos, há muitas combinações possíveis, entre os quais acrescentaria o de criar-se um blog para uso comum do professor e dos alunos, todos se responsabilizando pelo trabalho de pesquisa, seleção, organização e produção de postagens em torno de temas estabelecidos em comum acordo.
Desenvolver o ensino de redação e a produção textual no ciberespaço torna-se muito mais dinâmico e produtivo graças a sua estrutura. Conforme observa Daniel Cassany (s/d, p. 7):
Em conjunto, con la estructura hiper e inter-textual el escrito se convierte em um objeto comunicativo más abierto (que admite actualizaciones continuadas), versátil (permite diversidad de itinerarios), interconectado (relacionado com el resto de recursos enciclopédicos de la red) y significativo (multiplica sus posibilidades interpretativas).
Por tais características, a realização de oficinas de produção de textos on-line – sejam literários ou não – é algo bastante interessante. E o trabalho com blogs feitos coletivamente pelos alunos ou em conjunto com o professor pode ser uma experiência muito gratificante.
a) um espaço de acesso à informação especializada, seja pelo professor ou pelo aluno;
b) um espaço para o professor disponibilizar informações, ou seja, funciona como um livro on-line onde ele vai postando os textos a serem estudados na classe ou fora dela.
Enquanto estratégia pedagógica, podem ser utilizados como:
c) um potfólio digital, ou seja, espécie de diário de classe do aluno (ou de um grupo de alunos) onde se registra o “acompanhamento e a reflexão sobre as actividades e temáticas abordadas ao longo das aulas” (GOMES, 2005, p. 314);
d) um espaço de intercâmbio e colaboração em que alunos e professores de diferentes escolas, muitas vezes em regiões isoladas, possam interagir em torno de um projeto ou problema comum;
e) um espaço de debate e simulação de debate (excelente para aulas de produção de textos ou debate de ideias);
f) um espaço de integração, possibilitando ao aluno afastado da escola ou da sala de aula acompanhar os conteúdos estudados e interagir com o professor e a classe.
A diferença entre usá-los como recurso ou estratégia está relacionada com a relação que se estabelece entre o professor e os alunos no processo de ensino e aprendizagem. No primeiro caso, o seu uso privilegia o pólo do professor no papel ativo de produzir e postar os conteúdos, cabendo aos alunos lê-los e, no máximo, comentá-los; no segundo, privilegia o pólo dos alunos, a quem cabe a tarefa de produzir os textos e postá-los para comentários e orientações do professor. Nesse caso, o professor incentiva os alunos para que sejam os responsáveis por todo o processo de construção do conhecimento, que abrange a pesquisa, a seleção, a reorganização e a síntese das informações a serem postadas. Entreos dois pólos, há muitas combinações possíveis, entre os quais acrescentaria o de criar-se um blog para uso comum do professor e dos alunos, todos se responsabilizando pelo trabalho de pesquisa, seleção, organização e produção de postagens em torno de temas estabelecidos em comum acordo.
Desenvolver o ensino de redação e a produção textual no ciberespaço torna-se muito mais dinâmico e produtivo graças a sua estrutura. Conforme observa Daniel Cassany (s/d, p. 7):
Em conjunto, con la estructura hiper e inter-textual el escrito se convierte em um objeto comunicativo más abierto (que admite actualizaciones continuadas), versátil (permite diversidad de itinerarios), interconectado (relacionado com el resto de recursos enciclopédicos de la red) y significativo (multiplica sus posibilidades interpretativas).
Por tais características, a realização de oficinas de produção de textos on-line – sejam literários ou não – é algo bastante interessante. E o trabalho com blogs feitos coletivamente pelos alunos ou em conjunto com o professor pode ser uma experiência muito gratificante.
Marciano Lopes
Referências:
CASSANI, D. De lo analógico a lo digital. El futuro de La enseñanza de la composición. Lectura y vida. Revista latinoamericana de lectura. Año 21, n. 2, junio, 2000. Disponível em www.cerlalc.org/redplanes/.../Cassany_Analogica_a_digital.pdf. - Acesso em 10 de agosto de 2009.
GOMES, M. J. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In: VII Simpósio Internacional de Informática Educativa. Leiria/Portugal, Novembro, 2005. Disponível em https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4499/1/Blogs-final.pdf. - Acesso em 10 de agosto de 2009.
Professor Marciano,
ResponderExcluirAcredito que a utilização do blog e de outras formas de utilização do hipertexto sejam mesmo a grande saída para que o ensino alcance os seus objetivos. Percebo situação semelhante não somente na área de Língua Portuguesa como também em todas as outras áreas de conhecimento.
É necessário que nós professores nos apropriemos deste suporte tecnológico que já é uma realidade para o aluno. Esta parece ser a única forma de resgatarmos a nossa imagem desgastada e desprestigiada. Literalmente devemos repetir o que um dia o poeta disse: "NAVEGAR" é preciso...
Com certeza utilizar o blog como ferramneta de ensino será muito produtivo na construção do conhecimento. O material disponibilizado servirá como referência para que nossos professores possam inovar suas práticas pedagógigas.
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