Olá a todos! Nesta terça-feira, dia 30 de novembro de 2010, ocorre nosso curso "Redes Sociais: Interação e Estrutura". Para que possamos interagir por meio dos comentários, destaquemos alguns aspectos importantes. De início, lembremos que, quando temos pessoas ou grupos que partilhem de interesses ou objetivos comuns, criando uma ligação ou mesmo uma estrutura social, temos uma rede social. No caso das redes sociais on-line, essa ligação se dá por meio da internet, ocorrendo justamente no ciberespaço e obtendo deste contexto seus elementos definidores e sua natureza. Deste modo, o Facebook, o Orkut ou o Twitter, por exemplo, primam por uma organização na qual os elementos participantes atuam de modo igualitário, sem hierarquias, com as mesmas possibilidades discursivas de qualquer um que com eles se relacionem. Evidentemente, cada um dos casos merece uma abordagem particularizada: a natureza informativa do Twitter contrasta com a dinâmica de página pessoal do Facebook, apenas para ficarmos com uma faceta específica. Contudo, a dinâmica colaborativa, o convite para o exercício da interação e do diálogo, tudo isso se faz presente de modo facilmente perceptível.
Mas não podemos simplesmente adotar tais redes como perspectivas pessoais e profissionais apenas por serem demandas do momento. É muito importante que possamos olhá-las de modo crítico, o que significa abordá-las com cuidado e rigor, mas sem preconceitos reducionistas. Para tanto - e para guiar nossas discussões nos comentários - vejamos algumas passagens que podem nos ser muito úteis:
Sobre a grande presença das redes sociais
Encontramos nas redes sociais uma massa de comunidades virtuais de todos os tipos e sobre todos os assuntos. Basta uma visita ao Facebook, Orkut ou Twitter para ter uma real dimensão dessa variedade. Interessante notar que alguns partidos políticos, tais como o Partido Democrata americano, por exemplo, se transformam em comunidades virtuais durante uma campanha eleitoral, oferecendo acesso gratuito à Internet, endereço de correio eletrônico, fórum etc. Na campanha eleitoral de 2008 pela Casa Branca, candidatos utilizaram blogs e microblogs (especialmente Obama) para que o eleitor pudesse saber exatamente o que eles estavam fazendo e onde. Vemos então a expansão planetária, em outra roupagem, dos antigos newsgroups, grupos de discussão por temas, que começaram a se desenvolver de maneira autônoma nas redes informáticas interuniversitárias americanas e europeias nos anos 1990. Hoje é difícil encontrar um internauta que não participe desas agregações sociais on-line. No Brasil, é raro um internauta ativo não ter uma página no Orkut, por exemplo. (LEMOS & LÉVY, 2010, p. 107)
Sobre a dinâmica da comunicação organizacional nas redes sociais
[Podemos destacar] cinco modelos de comunicação organizacional:
a. como transferência de informação, baseada em uma noção linear da comunicação entre um emissor e um receptor;
b. como processo transacional, quando o receptor tem papel ativo na desconstrução e construção do significado da mensagem que recebe;
c. como estratégia de controle que usa a comunicação como meio para controlar o ambiente organizacional;
d. como equilíbrio entre criatividade e constrangimento/coação/sujeição, modelo este que busca sintonizar o condicionamento das ações individuais às leis, regras e normas com a necessidade de promover mudanças e, deste modo, não tolher a criatividade;
e. como espaço de diálogo que permite a cada indivíduo a oportunidade de falar e ser ouvido. (SANTAELLA, 2010, p. 275-6)
Sobre as especificidades das redes sociais e suas possibilidades de utilização no ensino
Cabe destacar que, apesar de as plataformas poderem ser utilizadas em conjunto, cada uma tem sua função no ambiente ou processo educacional. Vejamos:
• podemos usar o Twitter para, por exemplo, divulgar links e/ou tecer breves comentários sobre a disciplina ou algum trabalho;
• MSN, GTalk, Skype e outros mensageiros instantâneos, por sua vez, permitem uma conversa particular, mais próxima, servindo, ainda, como espaço para publicação até mesmo de reclamações sobre um trabalho ou disciplina, como se estivessem em sala real, ficando a expectativa de que alguém responda;
• o e-mail serve ao envio de materiais de apoio ou trabalhos, é apenas um mecanismo de disparo;
• Facebook, Orkut e mídias do gênero são usados para postar os momentos das atividades, sejam estas de recreação, como festas de turmas, ou acadêmicas, executadas em aula, ou para divulgar os resultados dos trabalhos, funcionando como portfólio, ou seja, é o momento de visualização, o mundo pode vê-los, o mesmo valendo para blogs, fotolog, videolog e até para o Linkedin, embora este tenha a particularidade de servir como mídia social de caráter profissional.
Diante dessa diversidade de ferramentas e das possibilidades de uso, estar “presente” em uma única mídia pode não levar ao resultado desejado. É interessante que os professores acompanhem as manifestações dos estudantes em duas ou mais mídias sociais. Isso porque, ao acessarem-nas, seja a partir de suas casas, de lan houses, seja de qualquer outro ambiente, é como se os estudantes estivessem em uma sala de aula: quando entram no MSN, debatem sobre o conteúdo; quando acessam o Twitter, buscam o conteúdo divulgado pelo professor ou por outras pessoas da área, trocam informações com colegas, divulgam resultados de suas pesquisas sobre determinado conteúdo, entre outras ações; quando enviam algo por e-mail, é a conclusão de seu trabalho; quando
postam no Orkut, Flickr, Slide Share, Issuu, Scribd, Facebook, blog ou afins, apresentam o trabalho a partir do conteúdo abordado; no Linkedin, apresentam seu perfil ou currículo formal. É o ciclo do processo de aprendizagem e de inserção no mercado que se constrói nas mídias sociais. (COSTA & TONUS, 2010, p. 81-2)
Saiba mais:
COSTA, M. & TONUS, M. Mídias Sociais e educação: foco na informação e na interação. In.: SOARES, A. et al. #Mídias Sociais: Perspectivas, tendências e reflexões. Disponível em http://www.issuu.com/papercliq/docs/ebookmidiassociais . Acessado em 29 de novembro de 2010.
JENKINS, H. A cultura da convergência. Tradução Susana Alexandria. São Paulo: Aleh, 2009.
LEMOS, A. & LEVY, P. O futuro da intenet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010. (Comunicação)
SANTAELLA, L. A ecologia pluralista da comunicação: conectividade, mobilidade, ubiquidade. São Paulo: Paulus, 2010. (Comunicação)
SOARES, A. et al. #Mídias Sociais: Perspectivas, tendências e reflexões. Disponível em http://www.issuu.com/papercliq/docs/ebookmidiassociais . Acessado em 29 de novembro de 2010.
Leiam, pensem e comentem!