quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Conheça a Audioteca Sal e Luz

Caros amigos,

Venho por meio deste e-mail divulgar o trabalho maravilhoso que
é realizado na Audioteca Sal e Luz e corre o risco de acabar.

A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos,
que produz e empresta livros falados (audiolivros). São áudios de 2.700 livros que podem ser enviados a deficientes visuais.

Mas o que seria isto?

São livros que alcançam cegos e deficientes visuais, (inclusive os
com dificuldade de visão pela idade avançada) de forma totalmente
gratuita.

Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde
literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas
corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados
sob a forma de fita K7, CD ou MP3.

E agora, você está se perguntando: O que eu tenho a ver com isso?

É simples. Nos ajude divulgando. Se você conhece algum cego ou
deficiente visual, fale do nosso trabalho. DIVULGUE!

Para ter acesso ao nosso acervo, basta se associar na nossa sede,
que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125- Centro. RJ.
Não precisa ser morador do Rio de Janeiro.

A outra opção, foi uma alternativa que se criou face à dificuldade
de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Eles podem
solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e
enviaremos gratuitamente pelos Correios.

A nossa maior preocupação reside no fato que, apesar do governo
estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisamos
atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem
o trabalho, se não ele irá se extinguir e os deficientes não poderão
desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe
dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...

Ajudem-nos, Divulguem!
Atenciosamente,

Christiane Blume - Audioteca Sal e Luz
Rua Primeiro de Março, 125- 7. Andar
Centro- RJ. CEP 20010-000
Fone: (21) 2233-8007 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2233-8007
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Horário de atendimento: 08 às 16 horas
www.audioteca.org.br/noticias.htm
Procure o site
www.audioteca.org.br/catalogo.htm
e veja os nomes dos livros falados disponiveis.

Clube de Leitura: voltando às atividades com José Saramago

Após alguns meses sem discussão, retorna às atividades o Clube de Leitura Pessoa de Saramago Assis, que foi fundado pelos estudantes de Letras (da esquerda p/ a direita) Fábio Fernandes, Marco Hruschka e Luigi Ricciardi (os dois últimos já formados).
O clube de leitura é uma ferramenta que ajuda na discussão cultural e social e contribui para a cidadania na medida em que desenvolve o espírito crítico.

A volta será no dia 20 de Novembro de 2010 às 16:30 na praça da Catedral. Agora os encontros serão aos sábados!

O livro a ser discutido será Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago.

Visitem a comunidade: CLUBE PESSOA DE SARAMAGO ASSIS

Visitem o blog: http://www.pessoadesaramagoassis.blogspot.com/
DIVULGUEM!!!!!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Esclarecimentos e Atividades

Olá a todos!

É com muita alegria que constatamos como foram proveitosos nossos encontros. Isso apenas reforça nossa certeza de que as próximas oficinas serão igualmente enriquecedoras. Parabéns para todos nós!

Gostaríamos de lembrar que nosso curso continua aqui, em nosso blog, com a discussão por meio dos comentários em cada uma das postagens relacionadas com o curso. As postagens são:

- Ambientes Virtuais de Aprendizagem
- Cibercultura
- Cibercultura e Formação de Professores
- O que é um blog
- O blog como ferramenta de ensino – problemas e proposições
- O blog como ferramenta de ensino – duas experiências na UEM
- O blog como espaço de mediação de leitura

Lembrem-se: nossas discussões com esse fim específico seguirão até a próxima segunda-feira, dia 11 de outubro. Esperamos vocês por aqui!

O blog como espaço de mediação de leitura

Ferramentas do ciberespaço despertam profundo interesse entre os jovens e muita insegurança entre o público mais maduro, notadamente entre professores, que reconhecem a importância delas, mas não as dominam suficientemente para levá-las para a sala de aula. Por essa razão, o tema deste módulo do Curso trata do conceito de mediação e de função do blog como suporte mediador de atividades de leitura e escrita em ambiente escolar. O conteúdo é relevante para o estabelecimento de proposta metodológica e deve oferecer subsídios para planejamento e implementação de blogs como ambiente de mediação entre leitores e textos gêneros diversos, a partir da criação de Oficinas de Leitura e Escrita em Blogs.

Tópicos para a leitura:

1- A Dimensão socioespacal do ciberespaço: uma nota

Carlos Alberto F. da Silva; Michele Tancman


Para que se possa ter acesso à via expressa de informação, é necessário que sejam estabelecidas as “condições ambientais” do ciberespaço. O ambiente construído é a expressão material que permite conexão com um novo sistema de relações sociais. Tais condições só são possíveis a partir de um arranjo espacial que inclui o computador, monitor, teclado, mouse, linha telefônica, provedor de acesso, redes telemáticas e outros meios eletrônicos capazes de nos conectar com o ciberespaço. Estas formas estáticas, aos quais estamos fisicamente ligados, nos transportam, através da virtualidade, para um mundo onde prevalecem as nossas sensações. A experiência de tempo e espaço não existe “nas coisas visíveis do ciberespaço”, mas sim aparecem somente na zona do subjetivo. Desse modo, o ciberespaço é uma veleidade, no sentido de abrir alguma possibilidade de enfoque idealista da materialidade social da sociedade moderna.

Para que possamos prosseguir se faz necessário esclarecer o que entendemos por “realidade virtual”. Trata-se, claramente de uma revolução. Uma alteração radical na forma de conceber o tempo e o espaço, e mesmo os relacionamentos. Segundo Pierre Levy (1996, p.16),” o virtual não se opõe ao real e sua efetivação material, mas sim ao atual”. Filosoficamente, o virtual é entendido como o que existe em potência e não em ato. O virtual é extensão do real, ou seja, é um real latente. As imagens virtuais fazem mediação da realidade. O tempo instantâneo e espaço virtual são os novos vetores que se inserem e se articulam ao ambiente construído pela sociedade em rede telemática.

Leia mais:



2- Blogs na Educação: Blogando algumas possibilidades pedagógicas
Adriana Ferreira Boeira


[...] cabe ao professor apropriar-se das novas tecnologias de informação e comunicação (NTics) refletindo sobre suas possibilidades, propondo atividades e estratégias diferenciadas ao utilizar os blogs. Os blogs estão sendo explorados por alunos e professores e a cada dia surgem formas diferentes de utilizá-lo: podem ser utilizados como um recurso pedagógico ou como uma estratégia pedagógica.

Gomes e Lopes (2007, p. 121) apresentam uma representação esquemática da exploração dos blogs como recurso ou como estratégia pedagógica.

[ gráfico]

O que diferencia o blog utilizado como um recurso pedagógico do blog utilizado como uma estratégia pedagógica são as atividades e estratégias propostas no ambiente e o papel assumido pelo professor e pelos alunos.

Ressalta-se que as estratégias e atividades propostas pelos professores, independente do ambiente (sala de aula, laboratório de informática ou ambiente virtual de aprendizagem) e ou recursos que utiliza (giz, livro, computador...) vão depender da Epistemologia, da sua concepção de aprendizagem, conhecimento e aluno, que apóia sua prática.

A utilização de blogs como recurso ocorre quando é utilizado como um depósito de informações, onde os alunos assumem um papel receptivo e o professor ativo, disponibilizando links, materiais de aula e conteúdos selecionados que devem ser consultados pelos alunos na sua disciplina. Nesta perspectiva o professor assume posição mais diretiva, onde impõe os conteúdos e fontes de pesquisa e o aluno assume um papel de mero receptor de informações.
Do mesmo modo, existem blogs utilizados na educação que vão além da exposição de conteúdos e indicação de links e conteúdos. São os blogs que abrem espaço para os comentários e exposições de idéias dos alunos. Desta forma, os alunos podem refletir sobre os conteúdos estudados e links acessados e a partir daí, comentar no blog sua reflexão, opinião, entendimento, dúvidas e sugestões sobre o assunto tratado tendo como finalidade possibilitar uma troca de opiniões sobre determinado assunto.



3- Blogues escolares: quando, como e porquê?
Maria João Gomes; António Marcelino Lopes


No que se refere à utilização dos blogues como recurso pedagógico, podemos destacar essencialmente dois tipos de abordagem. Uma das abordagens consiste na utilização de blogues “alheios “à escola, muitas vezes até alheios ao contexto escolar em geral, mas que o professor considera como fonte de informação e, eventualmente de contactos, relevante no contexto das disciplinas/áreas disciplinares que lecciona. Frequentemente, são blogues desenvolvidos a título pessoal, por profissionais credíveis, que podem proporcionar uma boa fonte de informação actualizada e rigorosa. Estes blogues podem ser indicados aos alunos, ou linkados a partir, por exemplo da página institucional da escola ou de um blogue do professor e/ou da turma.

Um dos problemas da utilização de blogues não institucionais como recurso pedagógico, fonte de informação e/ou de contactos relevantes, para os alunos, é o facto de exigirem uma prévia e cuidadosa análise do seu rigor e credibilidade por parte do professor. Esta tarefa nem sempre é fácil, dado ser muito frequente uma quase ausência de informação sobre o perfil dos autores de blogues, que possam assegurar a qualidade e rigor da informação que disponibilizam.

Uma outra exploração dos blogues enquanto recurso pedagógico, consiste na criação e dinamização pelo próprio professor ou grupo de professores de um blogue centrado na abordagem de conteúdos relacionados com a área que lecciona. Frequentemente, este tipo de blogues, procura disponibilizar informação que acompanha a sequência de assuntos tratados nas aulas e/ou identifique e referencie notícias e acontecimentos recentes que apresenta relações com temáticas curriculares .

A utilização dos blogues apenas como um ”recurso pedagógico” centra-se essencialmente na possibilidade de proporcionar aos alunos formas adicionais de acesso à informação que se pressupõe actualizada e relevante. Neste tipo de exploração o aluno assume uma posição relativamente passiva, limitando-se frequentemente à leitura dos posts, eventualmente colocando algum comentário às mensagens/posts já existentes.

Uma outra abordagem, em termos de exploração pedagógica, dos blogues, está centrada não tanto na criação de condições de acesso a informação actual disponibilizada pelo professor ou por sujeitos e/ou entidades que o professor reconhece como credível, mas sim em torno das actividades que o aluno precisa de desenvolver no âmbito da actividade de bloguer. Neste contexto, o aluno desempenha frequentemente um papel de autor ou co-autor dos blogues, existindo todo um leque diversificado de actividades a desenvolver, antecedendo a publicação de mensagens (postagem), às quais estão associadas objectivos de aprendizagem e desenvolvimento de competências. A exploração dos blogues dentro desta perspectiva, transforma-os, mais do que num recurso pedagógico, numa estratégia de ensino-aprendizagem, que visa conduzir os alunos a actividades de pesquisa, selecção, análise, síntese e publicação de informação, com todas as potencialidades educacionais implicadas. Na figura 4 procura representar-se de forma esquemática os principais tipos de explorações pedagógicas dos blogues, quer perspectivando-os essencialmente como “recurso” a disponibilizar aos alunos, quer como “estratégia pedagógica”, funcionando como suporte e interface tecnológico para diversas actividades de aprendizagem.


4- “Problemas associadas à utilização dos weblogs no ensino”. In: Os weblogs e a sua apropriação por parte dos jovens universitários. O caso do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Algarve.
Neuza Baltazar; Joana Germano


Quando pensamos em todas a potencialidades que os weblogs têm quando aplicados ao ensino, parece-nos óbvio que esta ferramenta tem todas as características para melhorar o ensino a vários níveis. Se pensarmos no grande interesse e curiosidade que a maioria dos jovens sente face às novas tecnologias e aos novos media, parece-nos óbvio que o seu interesse pelos weblogs os fará envolverem-se num blog criado por um professor como espaço de continuidade de uma disciplina. No entanto, não é assim tão simples e o envolvimento dos alunos nem sempre corresponde ao que o professor desejaria.
É um facto que os mais jovens se sentem muito atraídos e motivados pela Internet, pelos videojogos e pela maioria dos recursos tecnológicos que nos rodeiam, todavia nem sempre é fácil motivá-los para utilizar os recursos tecnológicos como complemento das aulas.
De acordo com um estudo realizado por Silva (2005), a grande maioria dos utilizadores de blogs em Portugal encontra-se entre os 18 e os 40 anos de idade, sendo que a distribuição de bloggers tanto na faixa etária de 18 a 24 e de 25 a 29 é de 18,2%. No entanto é preciso ter em consideração que este estudo realizado por Silva apenas abrangeu pessoas entre os 18 e os 64 anos de idade, pelo que não temos dados sobre o interesse que os jovens com menos de 18 anos sentem pelos weblogs.

[...].

Todavia, parece que os mais jovens fazem uma clara distinção entre divertimento e tempos livres e a escola, que é sempre associada a obrigatoriedade. Desta forma, nem sempre é fácil convencer os alunos a escrever e a participar num blog desenvolvido no âmbito de uma disciplina. Acreditamos que tal se deve a variados factores, como por exemplo, a ideia de que a escola é uma obrigatoriedade e que essa mesma deve terminar quando se sai pela porta da sala de aula; a ideia de que o blog da disciplina pertence ao professor e não a todos e cada um dos elementos da turma; escrever num blog que vai ser lido pelo professor e pelos colegas significa algum tipo de avaliação, pelo que é necessário saber sobre o que escrever e ter cuidado com a forma como se escreve; para escrever com alguma qualidade é preciso conhecer determinado assunto, pesquisar, reflectir e redigir e, para além de tudo isto, é preciso dispor de algum tempo para participar.

O blog como ferramenta de ensino – duas experiências na UEM




Marciano Lopes



No segundo semestre de 2009 realizei juntamente com os alunos de três turmas do curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá uma proposta de produção de blogs aliados à prática de seminários. Conforme expus em uma postagem do ano passado, quando iniciava as experiências cujo resultado agora apresento, nas disciplinas de Literatura Brasileira: Poesia, do 2º ano de Letras noturno (habilitações duplas), dividi as turmas em grupos de cinco membros, cabendo a cada um manter um blog cujo tema era o ponto sorteado para o seminário da última avaliação. Além dos blogs dos grupos, criei um gerenciado apenas por mim: Poetas do Brasil (http://poetasdobrasil.arteblog.com.br/). Este blog, que chamei de “blog-mãe”, teve por objetivos:

a) tratar dos poetas da fase colonial até o modernismo (período que deveria ser estudado em classe), ficando o período posterior para eles tratarem nos blogs e nos seminários;
b) servir de portal para acesso aos demais blogs criados pelos alunos, assim funcionando como um portal de entrada para eles – ou também como um “blog-mãe” (em alusão à expressão “nave-mãe”), pois serve como agregador dos demais blogs que a ele se conectam formando uma teia.

Com a terceira turma, da disciplina de Tópicos de Literatura Brasileira, que teve por conteúdo o estudo do conto brasileiro pós 1970, resolvemos fazer um único blog, que foi alimentado por mim e pelos grupos, que também receberam um ponto temático cada um. Trata-se do blog Contos e encontros: http://contosdobrasil.arteblog.com.br/ (imagem do cabeçalho acima, na abertura desta matéria).

No caso da primeira disciplina, Literatura Brasileira: Poesia, o blog Poetas do Brasil serviu para minimizar as inevitáveis e largas lacunas no desenvolvimento do programa devido ao reduzidíssimo tempo de um semestre para estudar toda a poesia brasileira desde o período colonial até a contemporaneidade. As vantagens com relação à avaliação tradicional dividida em prova escrita, artigo e seminário, foram várias, mas antes de tratá-las julgo pertinente começar apontando alguns critérios de avaliação estabelecidos para avaliar a produção dos alunos em seus blogs e que foram fundamentais para garantir a qualidade da produção, a pesquisa contínua sobre o tema (evitando aqueles trabalhos feitos na última hora) e a interatividade (de modo que cada grupo não fique com suas leituras restritas ao seu tema, como acontece nos seminários em geral):

a) frequência mínima de postagem: uma por semana;

b) variedade nos tipos e gêneros textuais assim como nas mídias utilizadas em cada postagem, as quais têm diferentes pesos na avaliação conforme a quantidade de informação agregada à(s) original(is),

c) interatividade entre os grupos: cada grupo deveria visitar os dos outros grupos, o que poderia ser verificado pelo uso da ferramenta "Comentários" ou pela presença marcada em "Visitantes mais recentes". No caso do trabalho coletivo em um único blog, os participantes deveriam interagir através da ferramenta "Comentários" internamente, visitando as postagens dos colegas dos outros grupos.

d) obrigatoriedade no estabelecimento de uma rede de contatos e navegação através das ferramentas “Meus Amigos” e “Links Favoritos” – de tal modo que o visitante possa facilmente circular por todos os blogs produzidos (no caso da disciplina Literatura Brasileira: Poesia, em que cada grupo criou e manteve um blog próprio) e sites afins,

e) obrigatoriedade do uso da ferramenta “Comentários” sem moderação.


DIFICULDADES ENFRENTADAS

O uso dos blogs nas duas disciplinas voltou-se para uma estratégia de ensino alicerçada nas ideias de interatividade, pesquisa e produção críticas, no entanto, implantar esta atitude em um meio e cultura nos quais a reprodução/cópia é a regra, não é tarefa fácil. Apesar do recurso da Internet favorecer a reprodução acrítica de textos alheios, acredito que a exigência de criação de textos próprios, ou seja, com linguagem própria (mesmo que parafraseando as fontes), e a obrigatoriedade de informar o devido crédito e implantar o hiperlink, no caso de fontes existentes no ciberespaço, tenha conduzido os alunos a assumirem uma atitude de maior responsabilidade e respeito, mesmo porque o não cumprimento de tais exigências os coloca numa situação desconfortável e perigosa, visto que qualquer internauta – especialmente os autores dos textos fontes – poderão constatar a atitude anti-ética do plágio no caso deste ocorrer.

Outro problema enfrentado diz respeito à dificuldade de inclusão digital do aluno. Foram muitos que encontraram dificuldade no desenvolvimento da proposta por não terem computador em casa ou por não tê-lo conectado à Internet. A saída encontrada foi a de reunirem-se os membros de cada grupo periodicamente na casa de quem tivesse computador conectado à internet (especialmente na daqueles em que a conexão é ADSL) e de distribuir as atividade de edição levando isso em consideração, de modo que àqueles que não tinham o acesso caseiro à internet fizessem atividade tais como pesquisa em fontes bibliográticas, escritura e revisão dos textos.
Na condição de professor, o maior problema enfrentado foi a falta de tempo e condições físicas para acompanhar a produção de todos os blogs – um de Tópicos de Literatura Brasileira e doze de Literatura Brasileira: Poesia) e ainda produzir em dois blogs. Até metade do período da experiência conseguia acompanhar revisando as postagens e deixando comentários com indicações de problemas de redação ou diagramação a serem corrigidos, críticas, dicas e sugestões, porém isso foi se tornando cada vez mais difícil na medida em que os alunos iam pegando prática e gosto na execução do trabalho, passando a produzirem em maior escala. Para resolver este problema de controle da qualidade final das postagens, solicitei no término do semestre que cada grupo imprimisse suas postagens para que eu as lesse e corrigi-se. Feito isso, eram devolvidas para que fizessem as correções nas postagens e depois reimprimissem novamente para entrega do trabalho final contendo: uma introdução apresentando a proposta pedagógica e do blog em questão e uma conclusão apresentando os aspectos positivos e negativos da experiência.


ASPECTOS POSITIVOS

Salvo os problemas acima apontados, foram vários os aspectos positivos da estratégia, destacando-se:

a) A melhor qualidade dos seminários ao final da disciplina, uma vez que os alunos eram obrigados a estar continuamente em contato com os conteúdos dos mesmos, pesquisando-os e reelaborando-os para a realização das postagens semanais. Com tal estratégia evitou-se em grande medida a prática comum dos alunos prepararem o seminário “na última hora”, o que regra geral resulta em um desastre devido à falta de reflexão e debate entre os pares do grupo sobre o material pesquisado.

b) A prática de produção de outros gêneros textuais além daqueles tipicamente acadêmicos (tais como resenhas, artigos e monografias) e o desenvolvimento da consciência de que ao se escrever deve-se ter em mente o público-alvo e o suporte da publicação, de modo a adequar não somente a linguagem como também o gênero textual aos mesmos. Em outras palavras, por se tratar da produção de blogs que funcionam como revistas on-line, os alunos deixaram de escrever para o professor (como é a prática recorrente) e foram levados a refletir sobre a necessidade de utilizar outras linguagens além da acadêmica e de adequá-las – assim como a estruturação e diagramação textual – ao público leitor e ao espaço da tela, que é diferente do espaço de uma revista impressa ou mais ainda de um livro. Aos poucos, eles foram percebendo a necessidade de formularem textos com uma linguagem mais coloquial (sem abrir mão da correção gramatical), com menor extensão, com imagens e/ou outros recursos midiáticos (tais como arquivos de som ou vídeo) de forma a torná-los mais atraentes/sedutores e de compreensão facilitada a um público leigo no assunto.

c) A melhor circulação dos conteúdos dos seminários de cada grupo entre todos os alunos das turmas, posto que houvesse como um dos critérios de avaliação a obrigatoriedade de cada grupo visitar os blogs dos colegas e deixar comentários com sugestões, críticas, ou mesmo perguntas e divergências. Essa estratégia, além da possível curiosidade dos alunos em conhecer e acompanhar os blogs dos demais colegas, minimiza a prática recorrente dos grupos ficarem restritos ao estudo e à recepção dos conteúdos do seu seminário. Como todo professor sabe, é comum que os alunos não prestem muita atenção à apresentação dos seminários dos demais, uma vez preocupados na apresentação do seu, que é feita para o professor, e não para os colegas. E como a apresentação do seminário é apenas um momento no desenrolar do curso, a aquisição dos conteúdos tratados neles fica por demais prejudicada. Entretanto, com a prática de visitas aos blogs dos outros grupos, a transmissão e troca dos conteúdos desenvolvidos entre os pares não fica restrita ao momento do seminário.

d) O desenvolvimento do espírito de equipe, uma vez que a produção dos blogs, sendo similar a de uma revista, leva-os a perceber importância e a necessidade de divisão do trabalho em diversas fases/atividades do trabalho de edição (tais como pesquisa, redação, revisão e diagramação).

e) A valorização do trabalho escolar, que deixa de ter um fim em si mesmo. Com isso, o trabalho não se esgota na sua entrega ou realização com vistas apenas à avaliação, pois o aluno deixa de realizar o trabalho para o professor e para a obtenção de uma nota, passando a escrever para um público leitor real. Além desse aspecto positivo, o resultado final permanece disponível a todo internauta, podendo servir aos professores de língua e literatura (ou outras artes) como apoio didático.

f) Maior interatividade entre professor e aluno, que deixa a atitude passiva e passa a produzir conhecimento, contribuindo para o curso durante todo o tempo, e não apenas nos momentos de seminário ou nas raras contribuições em sala, posto que são poucos que intervém com perguntas, comentários, discussões etc. – até porque muitos que gostariam de fazê-lo às vezes não o fazem devido à rejeição que poderão sofrer de alguns colegas. Em várias ocasiões aproveitei as postagens de alguns grupos para o desenvolvimento de aulas, trabalhando com a leitura e discussão de textos artísticos e críticos feitas por eles – o que, às vezes, levava-os a refazerem suas postagens ou mesmo a fazerem novas postagens sobre o assunto ou texto em discussão. Isso aconteceu de forma muito interessante e intensa na disciplina de Tópicos de Literatura Brasileira, em que a discussão inicial sobre o conto “Botão de Rosa”, de Murilo Rubião, feita com base em uma postagem do grupo que estava pesquisando sobre o conto fantástico, levou o mesmo a produzir mais três, aproveitando na redação dos novos textos as discussões realizadas em classe, incorporando opiniões, leituras e informações feitas pelo professor ou por colegas. Com essa prática, se rompe a unidirecionalidade do ensino bancário favorecendo ao aluno vivenciar a construção do conhecimento como um processo vivo, dinâmico e dialógico.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como pode-se ver, a experiência realizada contemplou o uso dos blogs tanto como recurso assim como estratégia, conforme propõe Maria João Gomes (2005) e António Marcelino Lopes em estudo conjunto com ela - conforme apresentado na postagem anterior sobre "O blog como ferramento de ensino - problemas e proposições" e especialmente na postagem "O uso de blogs no ensino de literatura e redação", de setembro de 2009 . Aliás, acredito ter dado um passo além das proposições da pesquisadora portuguesa na medida em que se conciliou num mesmo blog as duas possibilidades de ação ao mesmo tempo em que se superou o uso deste como um portfólio por parte dos alunos.

Por fim, é importante informar que a relação dos temas desenvolvidos nos seminários da disciplina de Literatura Brasileira: Poesia – assim como o URL de cada blog produzido – encontra-se na página de descrição do blog-mãe Poetas do Brasil: http://poetasdobrasil.arteblog.com.br/p/profil. Também é possível acessarmos estes blogs através da relação dos “Favoritos” no menu do blog-mãe. Apesar de todos apresentarem um resultado final satisfatório, gostaria de destacar os três que considero os melhores devido à excelência alcançada e o perfil voltado para uma educação étnico-racial:

O blog como ferramenta de ensino – problemas e proposições

Na maioria das vezes o que se observa é a utilização do computador como pretexto para o ensino do manuseio do equipamento, para a digitação de textos, substituindo assim a máquina de escrever, e a utilização de programas de apresentação de slides. Atividades que nas palavras de Coscarelli “podem transformar o computador em um lindo quadro que não é mais de giz nem é negro, mas que vai funcionar em sala de aula da mesma forma que as tão conhecidas lousas, que servem de suporte para o professor apresentar todo o saber” (2007: 26). (GUIMARÃES, 2008, p. 715).


Podemos concluir que os professores se utilizam das tecnologias disponíveis, e no escopo deste trabalho o computador e a internet, apenas para suas necessidades básicas. O computador é utilizado para a reprodução de materiais, uma junção de mimeógrafo e máquina de escrever. A internet é utilizada para obtenção de informação geral e “elaboração” de materiais. Impera entre os professores a visão da internet como a virtualização da enciclopédia, sem qualquer vinculação com a possibilidade de seu uso para o aperfeiçoamento profissional.
O que se percebe no diálogo com os professores é que embora reconheçam as varias possibilidades apresentadas pela internet no campo dos estudos literários, eles não vêem essas possibilidades como algo passível de realização. (GUIMARÃES, 2008, p. 718).


A aquisição da informação, dos dados, dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. Dessa forma, o papel do professor passará para o de orientador e facilitador do conhecimento. (MORAN, 2007)


As utilizações potenciais dos blogs como recurso e como estratégia pedagógica são muito diversificadas e sobre elas faremos de seguida algumas considerações. Embora a distinção entre os blogs enquanto “recurso pedagógico” e os blogs enquanto “estratégia pedagógica” nem sempre seja clara e, frequentemente, seja de natureza algo arbitrária, vamos adoptá-la para efeitos de sistematização da nossa exposição. Enquanto recurso pedagógico os blogs podem ser:
.....a) Um espaço de acesso a informação especializada.
.....b) Um espaço de disponibilização de informação por parte do professor.
Enquanto “estratégia pedagógica” os blogs podem assumir a forma de:
.....a) Um portfólio digital.
.....b) Um espaço de intercâmbio e colaboração.
.....c) Um espaço de debate – role playing.
.....d) Um espaço de integração.
(GOMES, 2005, p. 312-313)


A utilização do Blog como ferramenta pedagógica [Oficina do Blog 2006] pode trazer diversos benefícios no processo de ensino-aprendizagem. Dentre os benefícios podem ser citados: a motivação (acompanhar a atualização da página todos os dias para ver se existem novidades), o trabalho em equipe (grupos trabalhando juntos para a elaboração de um Blog comum), o incentivo à pesquisa (a busca de conteúdos (novas informações, textos) em outras fontes para enriquecer o Blog), o desenvolvimento da criatividade (personalização do Blog: com links, ilustrações, etc.), a sensação de competitividade (os endereços dos Blogs de todos os grupos da turma ficam disponíveis), dentre outros.
Como um método de aprendizagem, o Blog ainda é considerado uma novidade na prática de ensino, porém aos poucos está ganhando espaço por ser uma técnica gratuita, de simples utilização e grande atrativo para o público infanto-juvenil. É um método classificado como simples pelo fato de que o usuário não precisa saber alguma linguagem de programação para criar seu próprio Blog, portanto os professores que ministram quaisquer disciplinas da grade curricular da escola podem facilmente manuseá-lo e, assim, preparar algumas aulas diferenciadas para apresentar seus conteúdos. Além disso, pode ser um novo canal de comunicação para a educação, incentivando o convívio e a aprendizagem de novas tecnologias. (BRUSAMARELO et alli., 2006, p. 347)


VEJA NESTE BLOG:

O uso de blogs no ensino de literatura e redação
9 Set 2009
O ciberespaço com sua organização em rede, que permite os enlaces intra e extratextuais que caracterizam o hipertexto, potencializa o desejo de um ensino interativo e dialógico capaz ...

Duas experiências com blogs no ensino de literatura brasileira
14 Set 2009


O trabalho com blogs feitos coletivamente pelos alunos ou em conjunto com o professor pode ser uma experiência muito gratificante. Para colocar em prática as leituras e reflexões que venho fazendo, faz duas semanas que iniciei com os ...


REFERÊNCIAS

BRUSAMARELO et al. A Utilização do Blog como Ferramenta de Ensino-Aprendizagem para o Ensino Médio na Escola Estadual Major Otávio Pitaluga. In: Anais do XXVI Congresso da SBC. Campo Grande/MS, 2006, p. 345–348. Disponível em: http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/viewFile/920/906 - acesso em 8/9/2010.

COSCARELLI, Carla V. Alfabetização e letramento digital. COSCARELLI, Carla V. e RIBEIRO, Ana E. (org). Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. 2. ed. Belo Horizonte: CEALE; Autêntica, 2007. p. 25-40.

GOMES, M. J. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In: VII Simpósio Internacional de Informática Educativa. Leiria/Portugal, Novembro, 2005. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4499/1/Blogs-final.pdf. - Acesso em 10 de agosto de 2009.

GOMES, Maria João; LOPES, António Marcelino. Blogues escolares: quando, como e por quê? Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6487/1/gomes2007.pdf. - Acesso em 10 de agosto de 2009.

GUIMARÃES, José Ferreira. Internet e ensino de literatura: o que pensam os professores? In: II Conali. Anais. Maringá/PR:UEM. 2008. p. 714-719. (CD-Room)

MORAN, José M. Modificar a forma de ensinar. In: A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. São Paulo: Papirus, 2007. p. 30-32.

O que é um blog

(Ministrante Tânia Braga Guimarães)


Este post tem o objetivo de apresentar, de forma inicialmente bem didática, a discussão que será feita no tópico intitulado O que é um blog, do curso de extensão "Leitura e escrita em blogs". Para tanto, formulamos a pergunta: O que é um blog? No exercício de respondê-la, vejamos a primeira vez em que o termo foi usado e as razões para a sua rápida popularização:


O termo "weblog" foi primeiramente usado por Jorn Barger, em 1997, para referir-se a um conjunto de sites que "colecionavam" e divulgavam links interessantes na web (Blood, 2000). Esses sistemas proporcionaram uma maior facilidade na publicação e manutenção dos sites, que não mais exigiam o conhecimento da linguagem HTML e, por isso, passaram a ser rapidamente adotados e apropriados para os mais diversos usos. Além disso, a posterior agregação da ferramenta de comentários aos blogs também foi fundamental para a popularização do sistema. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009).


Estudos apontam o alcance que essas páginas podem proporcionar às nossas ideias e links, e tudo o mais que compartilhamos na web, a partir do momento em que optamos por criar uma página e ativar esta ferramenta de comunicação. Como disse um expert: ''criou um blog, alimente-o, porque o público certamente virá".

Muito provavelmente, antes de chegar a esta página do grupo de pesquisa, você já visitou diversos outros blogs na chamada blogosfera (sem buscar uma definição exata, vamos entendê-la como conjunto de blogs) e conhece vários deles com diferentes propósitos comunicativos. O uso da ferramenta, que estamos fazendo aqui, de compartilhar as discussões do grupo de pesquisa, é apenas um dos possíveis.


DEFINIÇÕES DE BLOG


Cada vez mais populares, evidencia-se a possibilidade de potencializar as atividades de educação, a fim de despertar o interesse dos alunos para atividades de leitura e escrita, e é essa potencialidade que nos interessa.

Elencaremos algumas definições, sem a preocupação de eleger uma como a melhor, por acreditarmos serem, na verdade, complementares. As definições abaixo, mostram que, a compreensão de blog, foi mudando de acordo com o tempo, de modo a acompanhar os usos que os blogueiros começaram a fazer dessas páginas. Garfunkel (2004) identificou os seguintes traços:


1. website de cunho subjetivo ou não-comercial, tipicamente produzido por um único indivíduo;

2. formato de um diário organizado em ordem cronológica reversa, em geral atualizado todos os dias ou com bastante frequência;

3. referências a outros sítios da web e excertos comentados de outras fontes e impressões pessoais;

4. relatos da vida diária.


Definições se revelam problemáticas, pois, como sabemos, se tomarmos a primeira supracitada, esbarramos no uso que as empresas veem fazendo (um uso comercial, para divulgação) e também encontramos páginas com conteúdo gerenciado por 1, 2, 3 e até bem mais pessoas. (Como, por ex:. o Te dou um dado - TDUD, gerenciado por três administradores). Por isso, as definições são apenas guias para este momento da discussão. Além de Garfunkel, outros pesquisadores fizeram uso de definições aproximadas às suas:


1. sítio dedicado a coletar links para outros sítios da rede mundial de computadores e comentá-los.

2. textos organizados por ordem cronológica reversa, datados e atualizados com alguma frequência (HERRING, KOUPER, SCHEIDT E WRIGHT, 2004; BLOOD, 2002; NARDI, SCHIANO E GUMBRECHT, 2004).

3. diários pessoais, (CARVALHO, 2000; LEMOS, 2002; ROCHA, 2003; MIURA E YAMASHITA, 2007).


Acepções diversas foram criadas do decorrer dos seus 10 anos de existência e evolução dessas ferramentas, na medida em que os usuários foram plasmando a experiência de blogar. Podemos, portanto, definir tais páginas a partir de diferentes elementos como estrutura ou funcionalidade.


DEFINIÇÃO ESTRUTURAL


Blood (2002): página da web atualizada frequentemente com entradas datadas, as mais novas posicionadas no topo, contando quase sempre com espaços para comentários.

Blood (2002): usos têm em comum o formato, constituído pelos textos colocados no topo da página e frequentemente atualizados, bem como a possibilidade de uma lista de links apontando para sites similares.

Schmidt (2007): websites frequentemente atualizados onde o conteúdo (texto, fotos, arquivos de som, etc) são postados em uma base regular e posicionados em ordem cronológica reversa.


DEFINIÇÃO FUNCIONAL


Pedersen; Macafee (2007): função primária > meio de comunicação.

Marlow (2004): conversação massivamente descentralizada > autores escrevem para a sua própria audiência.


Para os autores que preferem a definição funcional, o blog é mais do que uma ferramenta de publicação caracterizada pelo seu formato; é uma ferramenta de comunicação, utilizada a fim de publicar informações para uma audiência.


A concepção adotada vai nos direcionar quanto aos usos que faremos dessa ferramenta, que, a partir de uma estrutura em comum e padronizada, pode tomar proporções comunicativas ilimitadas e até mesmo inesperadas por meio da elaboração do seu idealizador (ex.: Site Jovem Nerd). Entendê-lo como ferramenta, será tão somente o nosso ponto de partida. O que nos interessará é como podemos utilizar os nossos blogs como um espaço para socializar saberes.


PS: Todas definições de blog aqui mencionadas foram retiradas do livro: Blogs.com: estudos sobre blogs e Comunicação. Organizado pelas pesquisadoras Adriana Amaral, Raquel Recuero e Sandra Portella Montardo.

Cibercultura e Formação de Professores

Todos aqueles que estão familiarizados com a dinâmica da educação sabem, há um bom tempo, que os professores não são a sede de um saber inequívoco que deve ser passado a uma passiva sala repleta de alunos que receberiam o conhecimento como um saco vazio à espera de quem o preencha. O processo de ensino-aprendizagem é dinâmico e se traduz em uma via de mão dupla na qual tanto o educador quanto o educando desempenham papéis importantes e ativos. Embora esse discurso seja extremamente familiar, ainda encontramos educadores que demonstram resistência diante desse processo de descentralização valorativa que reconhece os atores da educação em termos que, embora possam ser distintos, atualizam-se na mesma importância e relevância.

No caso das demandas realmente atuais, tal cenário potencialmente complicado é ainda mais evidente, uma vez que a natureza do ciberespaço e da cibercultura descentraliza ainda mais, em termos tanto valorativos quanto informacionais, todo o contexto da educação. O que considerar hoje como informação válida ou referendada? Como determinar o limite entre a busca de fontes e o plágio? Em que medida a internet atua como inimiga ou aliada do professor no momento em que este se depara com um aluno completamente acostumado a uma busca e disseminação de informações em tempo real e em constante atualização? Essas são questões que nos assaltam por vezes e, no caso de professores formadores de leitores e escritores (ainda que sem a conotação estritamente “artística” do termo), algumas outras ainda podem surgir, tais como: qual o espaço que restou à literatura tradicional no contexto cibercultural? O ato de leitura e o ato de escrita estão se perdendo ou se transformando? O pode e o que deve fazer o professor diante desse quadro ainda repleto de incertezas? Essas são algumas outras questões que podem surgir, mas definitivamente não são as únicas.

Para buscar respondê-las ou ao menos problematizá-las, em um terceiro momento de nosso curso, partamos novamente de alguns trechos de obras que tocam o tema e que nos ajudarão em nossa discussão.

Sobre a virtualização do texto e da leitura:

Pode-se dizer que um ato de leitura é uma atualização das significações de um texto, atualização e não realização, já que a interpretação comporta uma parte não eliminável de criação. A hipercontextualização é o movimento inverso da leitura, no sentido em que produz, a partir de um texto inicial, uma reserva textual e instrumentos de composição graças aos quais um navegador poderá projetar uma quantidade de outros textos. O texto é transformado em problemática textual. Porém, mais uma vez, só há problemática se considerarmos acoplamentos humanos-máquinas e não processos informáticos apenas. Então se pode falar de virtualização e não mais apenas de potencialização. De fato, o hipertexto não se deduz logicamente do texto fonte. Ele resulta de uma série de decisões: regulagem do tamanho dos nós ou dos módulos elementares, agenciamento das conexões, estrutura da interface da navegação, etc. No caso de uma hipercontextualização automática, essas escolhas (a invenção desse hipertexto particular) vão intervir ao nível da concepção e da seleção do programa. (LÉVY, 2001, p. 41-2)


Sobre a relação do texto com o computador:

Considerar o computador apenas como um instrumento a mais para produzir textos, sons ou imagens sobre suporte fixo (papel, película, fita magnética) equivale a negar sua fecundidade propriamente cultural, ou seja, o aparecimento de novos gêneros ligados à interatividade. […] O computador é, portanto, antes de tudo um operador de potencialização da informação. (LÉVY, 2001, p. 41)

Sobre o hipertexto:

Um hipertexto é uma matriz de textos potenciais, sendo que alguns deles vão se realizar sob o efeito da interação com um usuário. Nenhuma diferença se introduz entre um texto possível da combinatória e um texto real que será lido na tela. […] O virtual só eclode com a entrada da subjetividade humana no circuito, quando num mesmo movimento surgem a indeterminação do sentido e a propensão do texto a significar, tensão que uma atualização, ou seja, uma interpretação, resolverá na leitura. (LÉVY, 2001, p. 40)

Sobre a atuação do professor e os recursos tecnológicos:

Infelizmente, uma parte dos educadores adota uma certa tecnologia apenas num dado momento de sua carreira: a televisão, o rádio, o retroprojetor, o projetor de slides e, mais recentemente, o computador, recursos que acabam sendo “parafernálias eletrônicas” que o professor utiliza apenas para não ser considerado “quadrado”, ou para ter maior segurança, ou para obter status perante seus colegas. E a outra parte lamenta-se por não ter em sua escola tecnologias disponíveis: “eu quero me atualizar, mas não me dão condições…”. Notamos que, na maioria dos casos em que esses equipamentos são adquiridos, acabam sendo jogados em um depósito, onde, por fim, deterioram-se. Frequentemente, lamenta-se pela sorte dessa aparelhagem eletrônica “tão generosamente cedida pelo Estado” ou “adquirida com tantos sacrifícios pelas Associações de Pais e Mestres”. Fala-se em desperdício, mas raramente se pergunta o porquê desse destino.

Grande parte da má utilização das tecnologias educacionais, ao nosso ver, deve-se ao fato de muitos professores ainda estarem presos à preocupação com equipamentos e materiais em detrimento de suas implicações na aprendizagem. De um lado, as inovações – referentes a novos métodos de ensino ou ao emprego da televisão, de slides, de vídeo e, agora, do computador – têm esse apelo de deslumbramento; de outro, elas não são integradas facilmente ao cotidiano escolar. (BRITO & PURIFICAÇÃO, 2008, p. 40-1)


Referências

BRITO, G.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: Ipbex, 2008.

LÉVY, P. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. São Paulo: 34, 2001.

Cibercultura

Qualquer um que tentasse definir em termos precisos o significado de “cibercultura” esbarraria em um problema inicial: a dificuldade de definição da própria ideia de “cultura”. Fujamos, então, do risco de propor uma definição específica de “cultura” para pensarmos a cibercultura como um desdobramento ou atualização de nosso universo cultural em função de uma forte influência direta das tecnologias digitais e do complexo filosófico, antropológico e social que se apresenta a partir do ciberespaço. Em meio a tal painel, o princípio de conservação que poderia ser facilmente verificado no conceito de cultura encontra-se em choque e em meio a um processo extremamente dinâmico que é uma das marcas de um cenário de velocidade exacerbada e modificação contínua – sob o signo da “atualização” – que notamos na rede e no entorno tecnológico que a sustenta, como notebooks que proporcionam a portabilidade da antiga ideia de “computador pessoal” fixado em um cômodo da nossas casas, telefones celulares que extrapolam suas funções comunicativas iniciais e mesmo ferramentas advindas diretamente da internet, como sites, blogs, twitter, fóruns e tantas outras possibilidades.

É sempre importante ressaltar que semelhante cenário, muito embora se apresente e se imponha a cada um de nós, nas mais variadas situações, não é necessariamente algo que seja assimilado de modo totalmente tranquilo. Por mais que se esforce, uma pessoa que foi formada em meio a um contexto cultural anterior ao advento da internet – marcando sua própria visão de “cultura” em tais termos – não pode pressupor que vá estabelecer uma relação com o ciberespaço e suas aparentemente infinitas possibilidades da mesma maneira que alguém cujo nascimento foi devidamente apresentado ao mundo via facebook ou orkut e que, deste modo, formou-se ciberculturalmente desde antes de sequer perceber os processos por meio dos quais tal formação se deu. Como seria de se esperar, a cibercultura, em especial para aqueles que se pensaram culturalmente sem o “ciber-”, coloca-nos diante daquele que tanto nos oferece mas que sempre causa receio e apreensão: o Outro.

Em um segundo momento de nosso curso o desafio de conceituar a cibercultura será enfrentado por meio de um debate que busque pensá-la de dentro, de modo que algumas passagens de textos sobre o assunto serão novamente bastante úteis.


Sobre a cibercultura:

Longe de ser uma subcultura dos fanáticos pela rede, a cibercultura expressa uma mutação fundamental da própria essência da cultura. […] A chave da cultura do futuro é o conceito de universal sem totalidade. Nessa proposição, “o universal” significa a presença virtual da humanidade para si mesma. O universal abriga o aqui e agora da espécie, seu ponto de encontro, um aqui e agora paradoxal, sem lugar nem tempo claramente definíveis. Por exemplo, uma religião universal supostamente dirige-se a todos os homens e os reúne virtualmente em sua revelação, sua escatologia, seus valores. Da mesma forma, a ciência supostamente exprime o (e vale pelo) progresso intelectual do conjunto dos seres humanos, sem exclusões. Os sábios são os delegados da espécie, e os triunfos do conhecimento exato são os da humanidade em seu conjunto. Da mesma forma, o horizonte de um ciberespaço que temos como universalista é o de interconectar todos os bípedes falantes e fazê-los participar da inteligência coletiva da espécie no seio de um meio ubiqüitário. De forma completamente diferente, a ciência, as religiões universais abrem lugares virtuais onde a humanidade encontra-se consigo mesma. Ainda que preencha uma função analógica, o ciberespaço reúne as pessoas de forma muito menos “virtual” do que a ciência ou as grandes religiões. A atividade científica implica cada indivíduo e dirige-se a todos por intermédio de um sujeito transcendental do conhecimento, do qual participa cada um dos membros da espécie. A religião reúne pela transcendência. Em contrapartida, para sua operação de colocação em presença do humano frente a si mesmo, o ciberespaço emprega uma tecnologia real, imanente, palpável.

O que é, então, a totalidade? Trata-se, em minha palavras, da unidade estabilizada do sentido de uma diversidade. Que essa unidade ou essa identidade sejam orgânicas, dialéticas ou complexas e não simples ou mecânicas não altera nada: continua sendo uma totalidade, ou seja, um fechamento semântico abrangente.

Ora, a cibercultura inventa uma outra forma de fazer advir a presença virtual do humano frente a si mesmo que não pela imposição da unidade de sentido. Essa é a principal tese aqui defendida. (LÉVY, 2001a, p. 247-8)

Sobre a virtualização:

Um movimento geral de virtualização afeta hoje não apenas a informação e a comunicação mas também os corpos, o funcionamento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da inteligência. A virtualização atinge mesmo as modalidades do estar junto, a constituição do “nós”: comunidades virtuais, empresas virtuais, democracia virtual… Embora a digitalização das mensagens e a extensão do ciberespaço desempenhem um papel capital na mutação em curso, trata-se de uma onda de fundo que ultrapassa amplamente a informatização.

Deve-se temer uma desrealização geral? Uma espécie de desaparecimento universal, como sugere Jean Baudrillard? Estamos ameaçados por um apocalipse cultural? Por uma aterrorizante implosão do espaço-tempo, como Paul Virilio anuncia há vários anos? [Defendo] uma hipótese diferente, não catastrofista: entre as evoluções culturais em andamento nesta virada do terceiro milénio – e apesar de seus inegáveis aspectos sombrios e terríveis – , exprime-se uma busca da hominização.

Certamente nunca antes as mudanças das técnicas, da economia e dos costumes foram tão rápidas e desestabilizantes. Ora, a virtualização constitui justamente a essência, ou a ponta fina, da mutação em curso. Enquanto tal, a virtualização não é nem boa, nem má, nem neutra. Ela se apresenta como o movimento mesmo do “devir outro” – ou heterogênese – do humano. Antes de temê-la, condená-la ou lançar-se às cegas a ela, proponho que se faça o esforço de apreender, de pensar, de compreender em toda sua amplitude a virtualização. (LÉVY, 2001b, p. 11-2)


Sobre o papel do ato crítico no contexto ciberespacial e cibercultural:


A cibercultura é propagada por um movimento social muito amplo que anuncia e acarreta uma evolução profunda da civilização. O papel do pensamento crítico é o de intervir em sua orientação e suas modalidades de desenvolvimento. Em particular, a crítica progressista pode esforçar-se para trazer à tona os aspectos mais positivos e originais das evoluções em andamento. Assim, ajudaria a evitar que a montanha do ciberespaço dê à luz camundongos que seriam a reprodução do midiático em maior escala ou o puro e simples advento do supermercado planetário on-line.


No entanto, muitos discursos que se apresentam como críticos são apenas cegos e conservadores. Por conhecerem mal as transformações em andamento, não produzem conceitos originais, adaptados à especificidade da cibercultura. Critica-se a “ideologia (ou a utopia) da comunicação” sem se fazer distinção entre televisão e Internet. Estimula-se o medo da técnica desumanizante, ao passo que as questões dizem respeito às escolhas entre as técnicas e a seus diferentes usos. Deplora-se a confusão crescente entre real e virtual sem nada se entender sobre a virtualização, que pode ser tudo menos uma desrealização do mundo – seria antes uma extensão do potencial humano. A ausência de visão de futuro, o abandono das funções de imaginação e de antecipação do pensamento têm como efeito desencorajar os cidadãos a intervir, deixando por fim o campo livre para as propagandas comerciais. É urgente, inclusive para a própria crítica, empreender a crítica de “gênero crítico” desestabilizado pela nova ecologia da comunicação. É preciso interrogar hábitos e reflexos mentais cada vez menos adequados às questões contemporâneas. (LÉVY, 2001a, p. 229)


Referências

LÉVY, P. Cibercultura. Tradução Carlos Irineu da Costa. São Paulo: 34, 2001a.

___. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. São Paulo: 34, 2001b.

Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Não é nenhuma “novidade” o fato de que o espaço de interação entre professores e alunos foi uma além dos limites das quatro paredes de uma sala de aula. O bom e velho tripé composto por giz, lousa e saliva, embora ainda encontre situações em que sua utilização se faça necessária, convive de modo direto, muitas vezes em desvantagem, com recursos tecnológicos que dinamizam o processo de ensino-aprendizagem. Uma certa nostalgia injustificada e mesmo um medo perfeitamente compreensível podem nos fazer resistir a essa constatação, mas dela não podemos fugir.

Nesse contexto, ocupam lugar de destaque os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA’s), que poderiam ser entendidos, em termos gerais, como um conjunto de ferramentas e recursos tecnológicos que, por meio do ciberespaço, disseminam conteúdos e informações dinamizando a relação e a comunicação entre professores e educandos. Deste modo, pensando no caso do universo docente, percebemos que se trata de algo que não podemos negligenciar. Esses AVA’s são utilizados, por exemplo, no caso da Educação a Distância em seus diversos níveis e, mesmo em casos de cursos presenciais, sua presença pode ser sentida em não raras ocasiões, o que aponta para uma presença ainda maior desses ambientes na vida dos professores em um futuro próximo.

Por isso, em um primeiro momento de nosso curso de Leitura e escrita em blogs, esses AVA’s serão o ponto de partida de nossas discussões, servindo de introdução e porta de entrada para a reflexão do papel e das possibilidades da Internet para a comunidade dos atores da educação. Para nortear nossas discussões, sigamos com algumas passagens de obras que tratam do tema, e que proporcionarão pontos interessantes a respeito dos quais vale a pena pensar.

Sobre o cenários mais recentes na dinâmica de ensino-aprendizagem:

Presenciamos um período em que as modificações sociais levam a humanidade de uma era industrial para uma era da informação e do conhecimento. As tecnologias emergentes de comunicação possibilitam novas e ousadas formas de gerar e disseminar conhecimentos. Como escreve Lévy, a magia dos mundos virtuais está cada dia mais próxima do grande público. Segundo este teórico, as autoestradas da informação e a multimídia interativa anunciam uma mutação nos modos de comunicação e de acesso ao saber, emergindo um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho para as sociedades humanas, o ciberespaço. Com esta evolução social, alerta Ramani, há muitas questões a respeito de como lidar com o novo momento, principalmente no que se refere ao seu ativo mais importante: o conhecimento.

A educação, até então prioritariamente condicionada ao sistema presencial, defronta-se com a possibilidade e o desafio, abertos pelo ciberespaço, de educar a distância (EaD) através da utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA's). A simples utilização dos recursos tecnológicos, porém, não garante a ampliação de saberes dos alunos. Clark, referindo-se a pesquisas realizadas, alerta que os benefícios do ensino através das mídias é influenciado mais pelas estratégias que pelos meios de instrução. Faz-se necessário refletir acerca de metodologias e posturas para lidar com as possibilidades e entraves apresentados pela era tecnológica. Teorias de ensino, correntes ou tendências pedagógicas, propostas metodológicas, métodos, posturas educacionais, no entanto, apoiam-se em determinadas concepções do conhecimento. Assim, pensar em práticas de EaD, por meio de AVA's, requer reflexão acerca de concepções que as fundam. (MORGENSTERN, 2007, p. 26-7)


Sobre os AVA’s para EaD e concepções intersubjetivas:

Pela perspectiva das concepções intersubjetivas, poder-se-ia esboçar o perfil da EaD como espaço aberto para o diálogo – conversação, manifestação das dúvidas, questionamentos – , para o dissenso e para a busca de consensos justificados; espaço que valoriza e investe na pesquisa; espaço que incentiva e propicia trocas entre as diferentes áreas do saber; espaço de reconstrução e socialização de saberes; espaço em que a linguagem é entendida como constituinte ontológica do ser e não como simples meio – instrumento da palavra – para a comunicação; espaço que considera o horizonte cultural, relacional e expressivo do aluno entendendo a educação como o alargamento desse horizonte; espaço que respeita e incentiva a pluralidade na compreensão (modos de pensar diferentes, conflitantes); espaço em que o ensino/avaliação busca legitimar o alargamento dos saberes do aluno para além do gênero das certezas que o uso dos métodos científicos proporciona. (MORGENSTERN, 2007, p. 32)

Sobre a utilização da Internet em sala de aula:

Uma das questões centrais que muitos professores têm feito é: como fazer para que nossos alunos não façam cópia e entreguem os seus trabalhos sem uma reflexão? Iniciamos destacando o perigo da “pescópia”: temos observado que os alunos simplesmente acessam a internet, copiam e colam em um editor de texto uma dada informação e entregam um trabalho a seus professores como se tivessem realizado uma pesquisa, sendo que, na maioria dos casos, nem leram o que copiaram.


[...]

Ocorre a necessidade de o professor inovar a ação pedagógica, em que simplesmente receber o trabalho do aluno, lê-lo e devolvê-lo não “cabe” mais na educação do presente. Fazer com que o educando participe, troque suas experiâncias e relate o que “descobriu” é uma das formas de proporcionar a reflexão dele mesmo e dos demais. [Moran] explicita claramente que “A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com os seus colegas.” Isso desde que não seja utilizada como mero recurso “pescópia”, ou seja, o professor precisa aprender a pesquisar antes de ensinar o seu aluno. (BRITO & PURIFICAÇÃO, 2008, p. 106-7)

Sobre a postura de visitar ou habitar o espaço virtual:

McLuhan, na década de 60, cunhou o conceito “aldeia global” para expressar os movimentos de inter-relação que poderiam vir a ligar os diferentes povos do nosso planeta. Por ser visionário, na época, poucos foram capazes de perceber a real extensão do significado do termo.

Hoje, com a expansão da Internet como uma “terra virtual”, passível de ser habitada por pessoas, como nós e nossos alunos, que compõem grupos fisicamente localizados em espaços contextuais diferentes, muitas vezes distantes, e que trazem para o ciberespaço peculiaridades que garantem a riqueza encontrada na diversidade e que podem favorecer a permanência dos valores e do conhecimento das culturas locais.

Para tanto, convidamos vocês a adentrar nesse espaço, tanto como surfistas [...] como arquitetos e engenheiros com possibilidades de estudar o terreno e o tipo de construção que pode ser feita para que se instale o processo de partilha social, mediante o delineamento de novos relacionamentos entre pessoas que apresentam intenções, desejos, valores e práticas comuns. (MAGDALENA & COSTA, 2003, p. 53)


Sobre a questão da autoria e suas implicações no ensino e em verificações de aprendizagem:

Nesta perspectiva, superamos a idéia de produção individualista, onde só o autor pode modificar o texto. Superamos a idéia de produto acabado e pronto para ser consumido. Superamos a idéia de um trabalho, um autor e chegamos à idéia de muitos autores que se debruçam juntos em uma produção coletiva, na qual o conjunto de perturbações recíprocas que vão acontecendo definem um processo de gênese coletiva, a partir do desenvolvimento de muitos processos individuais integrados.

A nova possibilidade torna a Internet uma janela de conversação acerca da criação de textos, da sua completude e da sua correção. Possibilita avançar na superação dos problemas e preocupações tais como a de criar um ambiente que torne possível aos alunos voltarem a seus textos, com a possibilidade de vê-los de outra maneira, com o olhar de um revisor atento, porque já não estão desempenhando apenas a função de produtor.

E como fazer isso?

Sem dúvida, a Internet é um espaço próprio para tal tarefa. Nele, a escrita publicada e, portanto, socializada é instrumento de colaboração e cooperação entre alunos e professores imbuídos de uma criação interativa. Por ser um texto que passa de privado a público, seu conteúdo, sua forma, sua expressão, sua pontuação e sua ortografia passam a ter importância e, por isso, são cuidadosamente avaliados. Passa a ter sentido a busca da correção, da poesia, da logicidade, da estética, da argumentação mais sólida. Torna significativa a busca do dicionário, do termo mais apropriado, da palavra mais correta, da frase mais estruturada. (MAGDALENA & COSTA, 2003, p. 63)


Referências

BRITO, G.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: Ipbex, 2008.

MAGDALENA, B.; COSTA, I. Internet em sala de aula: com a palavra, os professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.

MORGENSTERN, E. Ambientes Virtuais de Aprendizagem e concepções de ensino intersubjetivas. In: PEREIRA, A. Ambientes virtuais de aprendizagem: em diferentes contextos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Turma 3 do curso "Leitura e escrita em blogs"

Olá a todos!

Apenas para reforçar, amanhã, dia 05/10/2010, teremos nossa última turma de nosso curso “Leitura e escrita em blogs”. Mas não se esqueçam: teremos novos cursos com temática parecida e esperamos vocês em todos eles!

Confiram os nomes da última turma:

TURMA 3

EDNA MARIUCIO ARANHA
WANDERCLEYA DE OLIVEIRA LOPES
ANA PAULA LAUREANO FERREIRA DE SOUZA
SILVIA KELLY DO AMARAL PEREIRA
ELIZABETH APARECIDA DALOSSE FRANCISCO
SILVIA HELENA GUIS
APARECIDA FRANÇA BUJOWSKI
SANDRA REGINA DA SILVA TONELLO
ZIBIA SANCHES GARCIA
ELENICE ABREU CASAVECHIA
ERCILIA ALVES FERREIRA
EVELI ROSÂNGELA BOLONHESI
JANETE TAMBORINI FERREIRA
ADEMIR CARLOS ZIOLLI
EVA DA VEIGA
LUCINETE MARTINS
MARGARETH VIRGINIA LUIZA ORLANDINI NAVARRO
IVONE DALLOCA
NILBIA DE OLIVEIRA PEREIRA
MARIA HELENA FERREIRA NORBIATO
LIDIA MARIA EGAS
APARECIDA JESUALDO FRUGÉRIO
MARCELA H. BAGGIO VIOLADA
APARECIDA SOARES DE SOUZA
GLEIDE MARIA DE BRITO
LAURA LOPES DE PAIVA
ROSI BIADOLA SILVA
IVONETE MENDES DE CARVALHO
NILZA PEREIRA CREPALDI
LEDA MARIA CABRAL
NATALIA GONÇALVES MOTERANI
CELI APARECIDA DE MORAES
LENIR APARECIDA PEDRONE MUCIO
ERIKA POLESSI
LEONICE DOS SANTOS
CARMEM HIDEKO OKAWA
MARIA ROSVAINE BARCO CATTO
ELIARA SILVA SANTANA
ELIANE SCHILLING
MARTA CRISTINA COLETTO
MARGARETE RODRIGUES AUGUSTO
LUCIMARA PEREIRA DOS SANTOS
DELMA RUFINO
EDNA ZAGO
MARIZETI CAMPOS
MARIA DE FÁTIMA FERNANDES

Atenção para a data, local e horários da Turma 3:

Turma 3
Dia 05/10/2010
08:00 - Bloco H35 - sala 04 (LAAP)
13:30 - Bloco H35 - sala 04 (LAAP)

Aguardamos todos vocês!